quarta-feira, 3 de outubro de 2007

História da origem do grupo de forcados de Alter-do-Chão

Quando se diz que para haver um grupo de forcados primeiro têm que ser um grupo de amigos, esta máxima no grupo de Alter faz todo o sentido, sendo mesmo a nossa filosofia, pois para um grupo jovem como o nosso já passámos por muitos desgostos que só a amizade entre os elementos fez com que o grupo não se diluísse.
O grupo de Alter–do–Chão, fez o seu debute em público no dia 20 de Junho nessa bonita cidade do Alto Alentejo, conhecida pelos seus queijos e olaria, Nisa, decorria o an
o de 1999, foi nosso padrinho nesse dia de estreia o bom grupo da região Oeste, falo-lhes obviamente dos rapazes das Caldas da Rainha.
Sendo assim, o nosso grupo de forcados foi o último grupo que se formou no século passado, mas também temos outra particularidade que achamos curiosa, tivémos no activo 12 irmãos, aos grupos de dois, sendo quatro deles gémeos.
Mas para chegarmos a Nisa para o nosso debute já havia uma dinâmica de pegar vacas e toiros, que começou numa quente noite de verão no largo do chafariz precisamente em Alter, quando um grupo de rapazes a altas horas da madrugada enquanto falava de toiros, cavalos, cavaleiros, grupos de forcados, decidiram começar ali mesmo a simular pegas, rapidamente se perfilaram os oito elementos da praxe, um cabo, um “toiro”, escolheu-se a praça e deram-se ali mesmo os primeiros esboços do que seria o grupo de Alter.
Esta prática repetiu-se durante várias noites, cada vez com mais participantes, daqui para as vacas e toiros a sério foi um pequeno salto, o grupo chamava-se Pró-Q’Calhar, que durante três anos, pegava em garraiadas e largadas que se faziam um pouco por todo o Alto Alentejo.
Este grupo de rapazes começou a ganhar corpo e forma de grupo de forcados a sério e foi então que se decidiu avançar para a formação oficial do grupo de forcados amadores de Alter-do-Chão.
Para cabo foi escolhido por unanimidade o Luís Saramago, por ser um indivíduo com uma grande experiência no mundo da festa pois foi cavaleiro tauromáquico, filho de um cabo de forcados de Sousel, foi forcado no grupo de Montemor-o-Novo como rabejador, a juntar a tod
os estes predicados tinha uma forte personalidade e grande sentido de liderança, por isso era a pessoa certa para o sítio certo.
Infelizmente o nosso cabo só desempenhou essas funções durante três anos, pois uma doença gravíssima tirou-lhe a vida.
O nosso grupo ficou órfão numa fase muito embrionária, só a grande aficion e a vontade de continuar o projecto que o Luís com tanto amor e dedicação idealizou, nos levou a continuar.
Era preciso um novo cabo e foi então que novamente por unanimidade escolhemos o João Paulo Faria, que curiosamente era o cabo dos Pró-Q’Calhar, manteve-se nestas funções 2 anos, só abdicando do seu cargo de cabo devido aos seus muitos afazeres profissionais.
Desde de Junho de 2005 que o cabo do nosso jovem grupo é o João José Saramago, elemento fundador do grupo, jovem e com grande experiência, que nos dá todas as garantias de uma liderança correcta, prestigiando sempre o forcado amador e o nome da terra que orgulhosamente levamos por todo o nosso País como também por Espanha e França onde anualmente vamos mostrar a nossa Arte.


Marco Aurélio Monteiro

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